Oito da manhã na auto-estrada.
Ouço música e penso nos dias que vou passar com o meu melhor amigo…
Será que o seu primo apenas vai estar lá a estragar o panorama que tinha em mente? Não, não quero isso…
Jared… seria Jared Leto?
O nome não me era estranho, mas mesmo assim não o associava a nenhuma cara.
Quer dizer. De onde é que eu, uma simples rapariga portuguesa poderia conhecê-lo? Devia estar a ficar maluca, só podia.
Bem, seja como for… só penso no melhor amigo, só quero abraçá-lo e apertar aquelas bochechas… sei que ele odeia, mas é uma coisa que eu adoro fazer…
-Inês, não tens falado com aquela tua amiga… aquela que também passava o verão na terra da tua avó. Como é que ela se chama?
Foi a voz da minha mãe que interrompeu a minha linha de pensamentos.
- Hum… a Joana? – Respondi eu num tom um pouco seco.
A verdade é que eu não gostava da Joana nem um bocadinho. Mas ainda gostava menos das provincianas lá da santa terrinha, por isso, forçava-me a conviver com ela.
Ainda hoje, não gosto muito dela. É um pouco fútil, e materialista.
Do tipo de raparigas que se preocupam com cabelos e maquilhagens e que idolatram as bandas Disney channel, e morangos com açúcar.
A verdade , é que acho que ela também não vai muito com a minha cara, por isso, limitamo-nos a suportar-nos uma á outra e a parecer-mos simpáticas.
- Sim, tens falado com ela? – era a voz da minha mãe, novamente.
- Não, nem por isso… porquê?
- Não, sei, pensei que pudessem combinar qualquer coisa. Tu sabes, para não passares os dias enfiados em casa. Para te entreteres.
Na verdade, a Joana não era bem a companhia que tinha em mente. Mas assim sempre tinha desculpa para passar os dias na piscina municipal.
Quer dizer… não era bem a melhor companhia do mundo, visto que ela passava a vida a falar de rapazes, a morrer de amores pelo mais giro que encontrasse naquele dia na piscina, e com alguma sorte, até namoriscava com ele.
Isso era uma coisa que eu odiava que ela fizesse, especialmente quando estava sozinha com ela, isto é, sem mais nenhum amigo.
Poderia mandar-lhe uma mensagem, para ver se ela saía comigo esta tarde, mas nada mais do que isso. Para ser sincera, não estava com muita paciência para ela.
“Estás na terra?”Ela ia perceber.
Era cedo e não estava á espera que ela me respondesse. Acabei por me enganar.
“Sim, cheguei ontem. Tu estás por cá?”“Ainda não, chego por volta da hora do almoço. Queres fazer alguma coisa, esta tarde?”
“Sim, claro! Vamos á piscina? :p”
“Pode ser. Depois digo qualquer coisa. “
Oh, boa. Íamos para a piscina, o único sítio que eu detestava ir com ela. Podia ser que ela levasse companhia. Assim já não me aborrecia tanto.
* * *
Quando cheguei a casa da minha avó desfiz as malas e adormeci no sofá.
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