Quando me libertei daquele beijo interminável, fiz, mentalmente o ponto da situação.
1º- Eu amava o meu melhor amigo.
2º- O meu ídolo supostamente amava-me (logo A MIM, uma simples rapariga portuguesa.)
3º- Não sabia como haveria de lidar com a situação.
-Jared… - disse sentando-me nas escadas que davam para o 1º andar.
- Diz.
- Eu sou realmente uma rapariga com sorte. A sério. Mas és apenas um ídolo para mim, percebes? Não consigo lidar com isto. Parece um sonho, mas não sei porquê, não estou a gostar de vivê-lo. Eu sei que há raparigas que matavam para estar no meu lugar, mas eu só quero amizade. Desculpa.
- Oh, okay. Eu compreendo. Quem tem de pedir desculpa sou eu. Não te queria forçar a nada, mas pelos vistos foi o que acabei por fazer.
Ambos nos calámos.
- Humm… Gostas de outro é isso? - Perguntou Jared quebrando o silêncio.
- Sim, é isso... – Respondi a medo.
- Só por acaso esse rapaz não é o Andrew?
- Só por acaso, é. – Eu não queria de todo prolongar mais esta conversa. Era constrangedora.
- Conversem – disse ele sorrindo.
- Não ficas chateado?
- Não. Não posso obrigar ninguém a gostar de mim. – Respondeu ele.
- Eu gosto de ti, quer dizer… És um ídolo para mim, e isso tudo, mas…- não terminei a frase.
- Sim, deixa lá isso. Devia saber desde o inicio que não ia dar certo.
- Posso pedir-te uma coisa? - Perguntei passados uns instantes
- Força
- Não fiques chateado comigo.
- Não te preocupes, não fico – assegurou ele- Sempre que precisares de mim, liga-me. Terei todo o prazer em ajudar-te.
- Obrigada – respondi sorrindo.
Ele despediu-se e foi-se embora.
Foi estranho. Tinha acabado de dar tampa a uma estrela.
Era uma sensação que nunca tinha sentido antes… Não era propriamente boa, mas não era tão má como estava á espera. Ele garantiu-me que não tinha ficado chateado comigo, apenas espero não ter perdido um amigo.
Mas digo sinceramente que não gostava de estar na pele dele.
Estava abstraída com os meus pensamentos quando sinto uma presença a meu lado.
- Andrew! – Exclamei, em parte surpreendida, mas ao mesmo tempo feliz. Apenas a presença dele me fazia sentir segura.
- Inês! – Disse ele.
- Não tinha reparado que estavas aqui…
- Não estou aqui á muito tempo, se é isso que queres saber… Então, rejeitaste o ídolo?
- Sim… - e não consegui terminar a frase.
- Então porquê? – Disse ele parecendo surpreendido.
- Humm… acho que gosto de outra pessoa – respondi, sentindo as minhas faces a escaldar. Nunca em toda a minha vida me tinha sentido assim.
- Achas? Conta tudo - perguntou ele parecendo desiludido.
- Conto o quê? – Respondi, confusa.
- Como é que ele é, quantos anos tem, é da onde?... Esse tipo de coisas.
- Humm… Eu podia mentir-te, mas não ganhava nada com isso, portanto vou ser sincera. É de ti que eu gosto. Mas tenho medo de perder a tua amizade.
- Isso fez-me lembrar uma coisa que li há uns tempos num livro… - disse ele olhando para o tecto.
- E o que foi que tu leste?
- Li que quando duas pessoas admitiam sentir mais do que uma simples amizade uma pela outra, essa relação não podia ser apenas amizade, percebes? Tem de ser algo mais… - não acabou a frase.
- Que raio de livros, sinceramente…- disse sorrindo.
- Prometes que pensas nisso?
- Penso no quê?
- Na nossa suposta amizade que deixou de ser…
- Deixou de ser? - A sério, já não estava a perceber nada.
- Sim, eu gosto de ti, tu gostas de mim. Já não é só amizade.- Respondeu sorrindo.
Sim, ele tinha razão.
Aiin Deus *-*
ResponderEliminarAdoreei
♥