Andrew demorou a acordar. Fiquei a maior parte do tempo a olhar para ele enquanto dormia.
Descobri que ressonava um pouco e que falava durante o sono. Repetiu o meu nome duas vezes. Achei estranho, quer dizer… Independentemente do que sentia por ele, ele não era mais do que um amigo. O meu melhor amigo, é verdade, mas continuava a ser estranho.
Quando ele abriu os olhos, eu disse:
- Olá – e sorri.
- Wow- exclamou- fiquei a dormir aqui?
-Yup. Mas não penses coisas… - respondi-lhe, tendo uma pequena noção de qual seria o primeiro pensamento da sua mente perversa.
- Ah, okay. Tenho que ir para o meu quarto, se os meus pais me apanham aqui, ‘tou lixado.
-Vá, vai lá.
Beijou-me a bochecha em jeito de despedida.
Fiquei sozinha. Estava com preguiça de me levantar por isso peguei no iPod e comecei a percorrer as listas de reprodução que tinha criado.
Não encontrei nenhuma música que me convencesse portanto escolhi o modo “Música Aleatória”.
Don’t Speak dos No Doubt começou a tocar. Não sei porquê, achei-a perfeita para aquele momento.
Sabia a letra de cor, portanto comecei a trautear baixinho.
You and me
we used to be together
Everyday together, always
I really feel
that I'm losing my best friend…
Tinha a perfeita noção que cantava pessimamente, mas mesmo assim não queria saber.
Precisava de me deixar ir. Pela primeira vez na minha vida.
Olhei para o relógio. Seriam 11 da manhã, pelas minhas contas (não, ainda não tinha mudado as horas nos meu telemóvel, nem no meu iPod) e seria melhor se me começasse a despachar.
Não sabia o que ia fazer durante o dia, mas seja como for, ficar deitada na cama não me parecia ser um bom plano.
Como fazia todos os dias peguei na roupa e fui para a casa de banho. Hoje decidi variar, por isso vesti a t-shirt branca que tinha comprado quando fui a Roma e umas calças de ganga largas. Não queria saber se ficava ou não bem com elas, simplesmente não queria produzir-me muito hoje. Não estava com paciência para isso.
“Quanto mais confortável melhor.” – Pensei.
Enquanto estava a meter a pasta dentífrica na escova de dentes e a preparar-me para os lavar, ouço um telemóvel a tocar. Ignorei por completo, pois não poderia ser o meu.
Alguém atendeu. Entretanto acabara de lavar os dentes e estava a pentear-me. Ouço alguém a correr e a abrir a porta de rompante.
- Andrew, estás parvo? Imagina que estava nua? – Disse, sentindo-me um pouco revoltada.
- Não me importava nada- e fez um trejeito perverso - olha, é para ti. É o Jared. Achei que estivesses interessada em falar com ele, portanto…
Nem o deixei acabar. Arranquei-lhe o telefone da mão. Havia tantas coisas que lhe queria dizer, quanto mais depressa começasse, melhor.
- Jared, precisamos de falar.
- Ahn? Sobre o quê, querida?
- Importas-te de me explicar o que aconteceu ontem? – Perguntei acidamente.
- Como assim?
- Sim, o que foi aquilo do beijo?
- Não gostaste, foi?
- Tens idade para ser meu pai!
- Olha, eu passo por aí e falamos pessoalmente. Beijinho, babe – e desligou.
Fiquei com cara de parva a olhar para o telemóvel. Entreguei-o a Andrew e continuei a despachar-me.
Tinha de saber exactamente o que iria dizer a Jared quando ele chegasse.
* * *
Quando tocou á campainha já sabia exactamente o que lhe ia dizer.
- Explica-me – perguntei-lhe antes que ele tivesse a chance de me cumprimentar.
- Explico o quê, sweetie?
- Tudo. O que sentes, por exemplo.
- Tu fascinas-me de uma maneira que não consigo explicar… - começou ele
- Pára com os clichés. Estou a sentir-me usada. – Interrompi.
- Mas não tens razões. Nunca te quis usar, eu preocupo-me contigo. Ao telefone referiste a diferença de idades… Nunca te disseram que o amor não escolhe idades? Eu não consigo controlar…
- No meu país, chamamos a isso pedofilia. – Usei um tom seco, para demonstrar que não estava a gostar do rumo que a conversa tomava – eu sou menor de idade, Jared!
- Eu sei. Eu juro que gostava de poder controlar, mas…- Deu um passo em frente, abraçou-me e beijou-me.
Não um beijo como da ultima vez, mas um beijo a sério, com língua e tudo. E o facto de me ter abraçado, fez com que fosse impossível parar o beijo.
Foi estranho, porque pareceu que, naquele momento tomei realmente consciência do que estava a acontecer.
E não gostava nada do que estava a acontecer.
- Não gostaste, foi?
ResponderEliminar- Tens idade para ser meu pai!
- Olha, eu passo por aí e falamos pessoalmente. Beijinho, babe – e desligou.
* * *
Quando tocou á campainha já sabia exactamente o que lhe ia dizer.
- Explica-me – perguntei-lhe antes que ele tivesse a chance de me cumprimentar.
- Explico o quê, sweetie?
- Tudo. O que sentes, por exemplo.
- Tu fascinas-me de uma maneira que não consigo explicar… - começou ele
- Pára com os clichés. Estou a sentir-me usada. – Interrompi.
- Mas não tens razões. Nunca te quis usar, eu preocupo-me contigo. Ao telefone referiste a diferença de idades… Nunca te disseram que o amor não escolhe idades? Eu não consigo controlar…
- No meu país, chamamos a isso pedofilia. – Usei um tom seco, para demonstrar que não estava a gostar do rumo que a conversa tomava – eu sou menor de idade, Jared!
- Eu sei. Eu juro que gostava de poder controlar, mas…- Deu um passo em frente, abraçou-me e beijou-me.
Não um beijo como da ultima vez, mas um beijo a sério, com língua e tudo. E o facto de me ter abraçado, fez com que fosse impossível parar o beijo.
Foi estranho, porque pareceu que, naquele momento tomei realmente consciência do que estava a acontecer.
E não gostava nada do que estava a acontecer.
AMEI *-* a sério..deu-me vontade de rir :P
estou a adorar :'D