love is no nintendo game

Lembras-te de quando tudo começou? Lembras-te de quando éramos inocentes? Lembras-te quando jurámos amizade eterna? Lembras-te quando falávamos de tudo mais alguma coisa e nunca nos cansávamos? Lembras-te de quando me começaste realmente a conhecer? E lembras-te da maneira como não te afastaste ao contrário de todos os outros? Lembras-te das tardes e noites que partilhamos? Das músicas que ouvíamos? Daquela vez em que fingi ser tua namorada? De quando discutimos para ver quem pedia? Quando íamos à praia e me tentavas afogar? Daquela vez em que era mesmo tua namorada? Quando rezava para que não chovesse aos domingos? Das tardes em que faltava ao treino para estar contigo? De quando pedia a todos os santinhos para não sermos apanhados? Dos provadores? Do dia 21/12? Das amizades que terminei por tua causa? De ter posto em causa a minha relação com a minha mãe por uma tarde ter ganho asas? Lembras-te das nossas chamadas de 4 e 5 horas seguidas? E de discutirmos sobre quem desligava primeiro? E quando cantavas para mim? Das cartas? Das conferências? Das chamadas Web? Dos bons-dias? Dos abraços? De quando me esmagavas? De quando dizias que tinhas saudades minhas? De quando ambos chorávamos? E quando tu sabias que eu era tua? E quando eu sabia que tu eras meu? Daquilo que juraste ser para sempre e não conseguiste cumprir? E de me fazeres feliz com essas juras? De eu te ter amado verdadeiramente?

É que eu não me lembro de nada.

Tu já és só tu. Despido de todas estas memórias, alheio a qualquer passado que possamos ter partilhado.

E eu, aos poucos vou (re-)aprendendo a ser só eu.