quarta-feira, 7 de abril de 2010

1

Também sinto saudades. Por vezes.
Sempre tive facilidade em “despegar-me” das pessoas. Quando elas se iam, eu não sentia saudades, não chorava, não tinha problemas em vê-las partir.
Talvez porque sabia que, independentemente das situações, elas iriam voltar.
No entanto as coisas são agora mais definitivas.
Quando se trata de algo tão definitivo, um adeus para sempre, um conhecimento que nunca mais se poderá abraçar essa pessoa e sentir o seu calor, tornam-se inevitáveis as saudades e as lágrimas.
Mesmo quando essas pessoas fazem parte de um passado há muito enterrado, torna-se difícil. Foram essas pessoas e essas experiências que nos fizeram crescer.
Desde pequena que sempre ouvi dizer que, quando as pessoas morrem vão para um sitio melhor. Nunca tive a confirmação desse facto.
Há pouco tempo ouvi dizer que deus leva em primeiro lugar aqueles que ama.
A mim parece-me uma explicação um pouco esfarrapada, mas estranhamente acolhedora.

Nunca soube lidar bem com mortes. É um facto.


Também nunca soube lidar com sentimentos. A sério, é-me muito difícil expressar o que sinto por uma pessoa. E normalmente quando o faço é porque o sinto mesmo. No entanto acho que há certos sentimentos que hoje em dia estão demasiado banalizados. As pessoas não dão o real valor ás palavras que utilizam, e quando as ouvem sentem-se bem, mas a meu ver, não acho que saibam o que significa.
Se soubessem, se fosse possível as pessoas trocarem de pele, por apenas um dia, conseguiriam ver o quanto, certo actos tomados sem pensar podem magoar.
“Para sempre” são palavras ditas da boca para fora. “Para sempre” significa para toda a eternidade, para o resto das nossas vidas terrenas (e sabe-se lá o que há para além disso), não apenas alguns meses.

Talvez tu encares esta situação com alguma leviandade, mas eu não. E na verdade não consigo compreender como foste capaz.
Achas que o tempo vai mudar alguma coisa? Achas que o facto de eu ficar mais velha me vai fazer esquecer algo?
Achas que o vazio vai desaparecer?
Enganas-te.
Fui ferida. Entreguei-me o mais que podia a ti, todos os dias, sem pensar. Contava-te tudo, confiava em ti cegamente. E depois do que aconteceu, como foste capaz?
Meras palavras ditas por ti podem bater tão cá no fundo. Acho que nem tens a noção. Coisas banais, coisas sem sentido que magoam. Sabias disso?
Claro que não.
Para ser sincera, não sei se poderei voltar a confiar em alguém tão depressa.
Faz-me confusão, a velocidade como foste capaz de esquecer tanto tempo partilhado e seguires em frente. Como já disse, faz-me confusão a leviandade como encaras a vida.
Não sei pensar assim. Por mais que tente, não consigo.
Os dias arrastam-se e não sei o que fazer com eles. Se ao menos pudesses dizer-me, eu iria começar a pensar que não foi em vão. Mas neste caso...
Vai-te embora. Já te perdoei. Agora vai, já não fazes nada aqui.

7 comentários:

  1. namoro acabado = texto expressivo

    ResponderEliminar
  2. Muito muito bom, a sério :)

    ResponderEliminar
  3. não se sabe...eles puseram a data no site,depois tiraram e agora ninguén diz nada...o alive está a pôr outras bandas e não os põe lá :s

    ResponderEliminar
  4. nao tá nada de especial comparado cm o teu :D
    vá lá, alguém q me compreende! x)

    ResponderEliminar