quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Super Sweet Seventeen- Capitulo 10

Mal fechei a porta do quarto, atirei-me para a cama e comecei a chorar.
Sim, a chorar. Porquê, não sei, mas foi um daqueles momentos em que não dá mesmo para conter as lágrimas. Chorei durante algum tempo. Aliás, eu perdi completamente a noção do tempo.
Tinha que arrumar as ideias. Precisava de arrumar as ideias. Assim não podia continuar.
Adorava o Jared desde a primeira vez que vi uma foto dele. Era amor de fã/ídolo, nada mais.
Uns tempos na Califórnia, e dava nisto? Andava por aí a ser beijada por celebridades?
E Andrew? Onde ficava Andrew no meio disto tudo?
Para ser sincera, Jared era o homem dos meus sonhos. Conhecia-o bem enquanto músico, mas e enquanto pessoa? Não podia dizer o mesmo.
Andrew era o meu melhor amigo, mas não podia negar que o que sentia por ele era mais forte do que uma simples amizade. E agora?
Não podia andar por aí a rejeitar celebridades. Aliás, nem sei bem como se dá tampa a celebridades.
Mas… E se estiver só a ser usada?
Precisava de falar com Jared sobre o que tinha acontecido.
Precisava de desabafar com Andrew, mas não sabia se seria a melhor ideia.
Este dia teve tudo para ser perfeito. Porque estava a chorar?
Entretanto ouvi bater na minha porta. Era Andrew. Não disse nada, mas ele entrou na mesma.
- Inês…? Porque é que estás a chorar? – Perguntou ele num tom preocupado.
Não respondi. Esta noite não estava numa de verbalizar sentimentos. Apenas queria chorar. Por sorte, ele percebeu isso, e não disse nem mais uma palavra. Apenas me abraçou. Ficámos algum tempo assim. Quando ele viu que me tinha acalmado começou o interrogatório.
- Que aconteceu? Que se passou? – Perguntou num tom quase maternal.
-Ele… beijou-me – Respondi como se sentisse repulsa.
Na verdade, sentia repulsa de mim mesma. Sentia que podia ter evitado alguma coisa, que podia evitar magoar Andrew para ser mais precisa.
Dentro de mim, sabia que na verdade não havia nada que se pudesse fazer quando se é beijada assim, tão sem aviso.
Andrew ficara por momentos pensativo, e acabou por dizer:
- Não se fica assim quando se é beijada por uma estrela … O que aconteceu? Diz-me a verdade.
- Essa é a verdade! – Respondi quase aos gritos - ele é bastante mais velho do que eu, é um ídolo para mim. Ou pelo menos era. Há uma fina linha que nos separa mas ele está disposto a ignorá-la. Ele é um ídolo. Não quero nada mais que isso... Acho! Ele mexe cá dentro, não sei! Se calhar não tem a noção do impacto que tem…
Duvidei que Andrew percebesse metade do que aquilo que lhe estava a tentar dizer.
Expliquei tudo de forma atabalhoada, sem qualquer tipo de ordens. Estava simplesmente a desabafar, a deixar sair o que realmente pensava.
E precisava de ajuda, era um facto.
- Espera… Então, tu não querias ser beijada? – Perguntou And confuso.
- Não! Quer dizer eu não sabia que ele pensava em mim dessa forma, não estava mesmo á espera… - não terminei a frase.
- Eu já sabia o que ele queria de ti… Quer dizer, topa-se a milhas! Pensei que também soubesses…
- Mas não sabia! Ajuda-me, por favor… - não controlei a voz e esta ultima frase saiu-me mais desesperada do que o conveniente.
- Não sei como te posso ajudar, honey… Tu é que sabes, tens o jogo na mão. É a ele que queres? – Perguntou como se tivesse medo da resposta.
- Mas não sei. E se estiver a ser usada? – Ups, não era bem isto que queria perguntar.
- Usada? Ele não é desse género de rapazes, querida… - respondeu-me com um tom de voz triste- acho que devias esclarecer as coisas com ele.
Concordei e o assunto morreu por ali.
De manhã acordei com os raios de sol a penetrarem pela persiana mal fechada. Reparei também que Andrew adormecera a meu lado.
O que pensariam os pais dele quando reparassem que ele não tinha dormido na sua cama?

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